Publicado em 21/10/2016

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Cientistas lançam projeto para mapear todas as células humanas

Mapa deve demorar pelo menos uma década para ficar pronto. Corpo humano é composto por trilhões de células.

Células renais em imagem de microscópio 



Cientistas lançaram uma iniciativa global na sexta-feira (14) para mapear e descrever cada célula do corpo humano em um grande atlas, que poderia transformar a compreensão dos pesquisadores sobre o desenvolvimento e as doenças dos humanos.


O atlas, que provavelmente exigirá mais de uma década para ser finalizado, pretende traçar os tipos e as propriedades de todas as células humanas em todos os tecidos e órgãos e montar um mapa de referência sobre o corpo humano saudável, disseram os cientistas.


As células são fundamentais para entender a biologia de toda saúde e doença, mas os cientistas ainda não conseguem dizer quantas temos, quantos tipos diferentes existem ou como diferem de um órgão para o outro, explicou um líder do projeto.


"A iniciativa do atlas das células humanas é o início de uma nova era de entendimento celular", disse Sarah Teichmann, diretora de genética celular do Instituto Sanger, localizado no Reino Unido.


"Vamos descobrir novos tipos de célula, saber como as células mudam ao longo do tempo durante o desenvolvimento e doenças e adquirir uma compreensão melhor da biologia", disse.


Atualmente o projeto é liderado pelo Instituto Broad do Instituto de Tecnologia de Massachusetts(MIT, na sigla em inglês) e por Harvard, nos Estados Unidos, e pelo Instituto Sanger e o Wellcome Trust, no Reino Unido. A ideia é que equipes de pesquisa e financiadores de todo mundo colaborem entre si.


Ao criar o atlas – essencialmente um imenso banco de dados de detalhes celulares – disponível gratuitamente para colegas de todo o mundo, os cientistas esperam transformar a pesquisa sobre o desenvolvimento humano e a progressão de doenças como asma, Alzheimer e câncer.


O corpo humano é composto de trilhões de células – as unidades fundamentais da vida –, que se dividem, crescem e adquirem funções distintas no embrião, eventualmente levando a tipos diferentes de células, como células da pele, neurônios ou células de gordura.


Até recentemente, o conhecimento científico das células se limitava ao que pode ser descoberto estudando-as em microscópios ou analisando geneticamente aglomerados de centenas ou milhares de células e entendendo suas propriedades médias.


Mas os avanços tecnológicos em um campo conhecido como genômica de célula unitária agora permitem aos pesquisadores separar células individuais de diferentes tecidos e órgãos, analisar suas propriedades e medir e descrever que moléculas são produzidas em cada uma delas.




g1.globo.com

Kate Kelland