Publicado em 08/11/2016

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Temer defende MP do ensino médio e cobra respeito a instituições

Sem citar escolas ocupadas, ele falou que falta de respeito ‘cria problemas’. Presidente disse que pessoas debatem ideias sem ler textos de propostas.

Temer participou de seminário de infraestrutura promovido pela Confederação Nacional da Indústria 


O presidente Michel Temer defendeu nesta terça-feira (8) a medida provisória da reforma do Ensino Médio e disse que é preciso haver no país "respeito às instituições". Temer não citou diretamente as escolas ocupadas por estudantes que protestam contra a MP e contra o teto nos gastos públicos, mas afirmou que as pessoas debatem temas ser ler os textos das propostas.

Para o presidente, as pessoas atualmente trocaram o "argumento intelectual" pelo "argumento físico".

"Precisamos aprender no país a respeitar as instituições. O que menos se faz hoje é respeitar as instituições, e isso cria problemas. O direito existe para regular as relações sociais. Hoje, ao invés do argumento intelectual, verbal, usa-se o argumento físico. A pessoa vai e ocupa não sei o quê, põe o pneu velho, é o argumento físico", disse.

Temer deu a declaração na abertura do seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e pelo jornal "Valor Econômico". Além do presidente da República, também participaram do evento o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco.

Ele disse ainda que dentro do governo não há uma exigência que a reforma do Ensino Médio seja feita por meio de medida provisória. Ele disse que as mudanças podem ser efetuadas por um projeto de lei, desde que haja a "renovação do Ensino Médio". Críticos da medida afirmam que uma MP é para assuntos urgentes e que o governo deveria ter enviado um projeto de lei ao Congresso, que permitiria, segundo quem se opõe ao texto, mais tempo para debates.

"Se quiser o final da MP e pegar um projeto de lei que está lá, que assim seja. Queremos a renovação do ensino médio. Se for necessário aprovar um projeto de lei, votaremos, não há nenhum problema nisso", disse o presidente.

Segundo o presidente, a reforma no Ensino Médio é discutida "há séculos" no país e o que a MP fez foi agilizar o debate. Ele afirmou ainda que a proposta tem o objetivo de evitar, por exemplo, que um aluno avance nas séries escolares com déficit de aprendizado.

"É interessante que estamos fazendo uma remodelagem para que não deixe mais que a pessoa, na segunda série, não saiba multiplicar, ou não saiba falar o português, que fala um idioma que a pessoa não sabe nem de onde vem. O que a MP fez foi agilizar o debate", ressaltou.

Ocupações
As ocupações levaram à remarcação da data do Enem para mais de 240,3 mil estudantes que deveriam fazer as provas no último domingo (6) em 364 escolas ocupadas. Agora eles deverão fazer o exame nos dias 3 e 4 de dezembro.

Ao todo, estudantes de 18 estados e o Distrito Federal foram afetados pela remarcação da data do Enem.

http://g1.globo.com

Luciana Amaral