Publicado em 16/11/2016
Pastor ‘na cova dos leões’, vereador eleito quer defender pauta evangélica
O Pastor Rinaldi Digilio (PRB), eleito em São Paulo.
No dia em que se tornou
vereador em São Paulo, em 2 de outubro deste ano, o pastor Rinaldi Digilio, 42,
ouviu um alerta de um colega sobre o que ele vai enfrentar na Câmara Municipal
a partir de janeiro. “Pastor, o senhor foi jogado na cova dos leões”.
O velho Testamento conta a história de Daniel, que foi escolhido por um rei para ser um dos presidentes do reino. Invejosos, outros príncipes armaram uma emboscada a partir de uma lei: se alguém fosse flagrado rezando a Deus, seria condenado à cova dos leões. Daniel foi pego e enviado às feras.
Eleito com 21 mil votos,
Rinaldi Digilio (PRB) quer fim parecido ao do personagem: a salvação dos leões.
Na Bíblia, um anjo enviado por Deus segurou a boca dos felinos e Daniel foi
libertado.
“Estou só há seis meses em um
partido”, afirmou ele por três vezes durante a entrevista. Parecia preocupado
com uma possível imagem de inexperiente na política: será calouro na Câmara.
“H;a pessoas que estão no quinto mandato...”, disse.
Ele ainda não sabe como será a convivência com os “leões”, os outros 54 vereadores – três do PRB, ligados à Universal. Nesta edição, Rinaldi foi escolhido para ser o candidato da Quadrangular, uma das maiores igrejas pentecostais do Brasil, com cerca de 2 milhões de fiéis. São 300 templos apenas na capital.
Nascido na Vila Prudente, a
igreja já havia tentado eleger vereadores na capital, sem sucesso. Dessa vez,
Marcos Pereira, ministro da Indústria e Comércio Exterior comandado pela
Universal.
“Nunca fui político. Minha
trajetória é de ajudar às pessoas, por isso consegui votos fora da
Quadrangular”, diz Rinaldi. Líder da juventude na igreja, ele comandou auxílios
a vítimas de tragédias, como a de Mariana (MG), em 2015.
O vereador espera estar na
base de apoio do prefeito eleito João Doria (PSDB), e diz que vai levar
demandas evangélicas para a Câmara. Uma das ideias é tentar acelerar a
regularização de templos.
“O processo é demorado.
Precisa ter o alvará (de funcionamento), a vistoria dos Bombeiros. Nosso
gabinete estará aberto para ajudar as igrejas nesse sentido”, diz.
Há outras propostas que ele
quer encabeçar, como dois novos modelos de creches: um com cursos de artesanato
e informática para crianças, e outro tipo, este dedicado a receber idosos. “Essa
casa ficaria com o idoso durante o dia e à tarde o filho buscaria”.