Publicado em 08/12/2016
Câmara aprova texto-base da MP da Reforma do Ensino Médio
MP recebeu 263 votos favoráveis e 106 contrários. Texto flexibiliza conteúdo e deixa explícito que educação física e artes serão obrigatórias. Conclusão da votação ficou para a próxima semana.
Por um placar de 263 votos a favor, 106 contra e 3 abstenções, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (7) o texto-base da medida provisória que estabelece uma reforma no ensino médio.
Para concluir a votação,
os parlamentares ainda precisam concluir a análise de sugestões de emenda que
podem alterar o conteúdo da proposta. A votação das emendas, porém, ficou para
a semana que vem. Depois, a medida ainda precisará passar pelo Senado.
O texto flexibiliza o
conteúdo e determina que 60% da carga horária de todo o ensino médio sejam
obrigatórias. Nos 40% restantes, os alunos poderão escolher as disciplinas de
acordo com seus interesses.
O ministro da Educação,
Mendonça Filho, acompanhou a votação na Câmara e comemorou a aprovação da
medida provisória. Ele disse que o texto que saiu da comissão especial e que
passou no plenário “agregou a contribuição do debate do parlamento junto à
sociedade”.
“Eu celebro a aprovação
como algo muito positivo, que vai ao encontro do que esperávamos, que é um
ensino médio mais flexível e que valorize o protagonismo do jovem, definindo a
sua própria trajetória”, afirmou Mendonça.
A proposta aprovada
estabelece que educação física e artes continuarão obrigatórias no ensino
médio.
Na versão original
enviada pelo governo, a MP dizia que somente matemática, português e inglês
seriam compulsórios. Os demais conteúdos para a etapa obrigatória seriam
definidos pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC), ainda em debate.
A medida provisória
incentiva ainda o ensino integral e diz que a carga horária deve ser ampliada
progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de
800.
Considerada necessária por alguns gestores
de fundações e institutos ligados à educação, a reforma recebeu críticas de
especialistas e entidades de classe desde que chegou ao Congresso Nacional em
setembro. Também em protesto ao seu teor, estudantes ocuparam escolas e
universidades em diversas cidades do país.
Nos últimos dois meses e meio, o texto foi
debatido por uma comissão especial, formada por deputados e senadores, e acabou
aprovado na semana passada por 16 votos a 5.
Por se tratar de medida provisória, o
projeto tem força de lei desde sua edição pelo governo, em setembro. No
entanto, precisa ser aprovado em até 120 dias para que vire lei.
No plenário da Câmara, a proposta sofreu
resistência dos partidos de oposição, que tentaram dificultar a sua aprovação,
sem sucesso.
“É um atropelo do Poder Executivo sobre o
Legislativo e que vai prejudicar os estudantes”, disse o líder da Rede,
deputado Alessandro Molon (RJ), em referência ao envio de uma MP, que tem prazo
para tramitar e, na avaliação dos oposicionistas, impede um debate mais amplo.
A
MP foi defendida por deputados da base governista. “Não é a reforma dos sonhos,
mas é um passo importante que temos que dar”, afirmou Izalci Lucas
(PSDB-DF).
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