Publicado em 20/12/2016

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Assassinato de embaixador mina relações russo-turcas e paz na Síria, diz Putin

Atirador matou embaixador russo em galeria de arte na Turquia.

O presidente russo Vladimir Putin e o primeiro ministro Dmitry Medvedev entram em um hall após o encontro presidencial com membros do governo russo


O presidente russo, Vladimir Putin, qualificou o assassinato do embaixador russo na Turquia, nesta segunda-feira (19), de "provocação" destinada a minar os laços que eram refeitos entre Moscou e Ancara e aos esforços para solucionar o conflito na Síria.


"O crime que foi cometido é, sem sombra de dúvida, uma provocação destinada a perturbar a normalização das relações turco-russas e o processo de paz na Síria", declarou à TV russa.


"Só pode haver uma resposta para isto: intensificar a luta contra o terrorismo e os bandidos vão sentir isso", acrescentou Putin, durante um encontro com o chanceler russo e os chefes das agências de Inteligência doméstica e externa.


O homem forte do Kremlin disse que Moscou está enviando investigadores a Ancara para averiguar o assassinato depois que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deu luz verde para tal em um telefonema.


"Precisamos saber quem orientou a mão do assassino", declarou o presidente russo.


Um grupo de 18 investigadores, agentes dos serviços secretos e diplomatas russos partiu nesta terça-feira rumo à Turquia para investigar o assassinato.


"O grupo operará na Turquia no âmbito da investigação sobre a morte do embaixador da Rússia, Andrei Karlov, em conformidade com o que foi acordado entre os presidentes russo e turco em uma conversa telefônica" mantida na segunda-feira à noite, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.


O embaixador russo, Andrei Karlov, foi morto a tiros nesta segunda durante a inauguração de uma mostra de arte, em Ancara, por um policial turco que gritou "Aleppo" e "Allahu Akbar" (Alá é grande), no que Moscou chamou de um "ato terrorista". O policial turco disse agir como vingança pela tragédia da cidade de Aleppo, prestes a cair nas mãos do regime sírio, apoiado por Moscou.


Ainda não está claro se o atirador era um policial da ativa. Segundo alguns jornais turcos, ele seria um ex-policial do batalhão de choque, sendo um dos milhares de militares afastados depois do golpe de Estado frustrado de julho. No entanto outros veículos destacam que ele ainda fazia parte do batalhão de choque.


Atirador teria usado identificação da polícia para entrar em galeria


O ataque ocorreu dias depois de protestos na Turquia sobre o envolvimento russo no conflito na Síria, embora Moscou e Ancara agora trabalhem em estreita colaboração para a retirada de civis da cidade de Aleppo.


Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa de Rússia, Turquia e Irã têm um encontro previsto em Moscou nesta terça-feira (20) para conversas-chave sobre a Síria.

g1.globo.com