Publicado em 09/01/2017
Brasil tem mais de 1,9 mil mortes por H1N1 em 2016, diz ministério
Número quase atingiu registros de óbitos da pandemia da doença em 2009, quando vacina ainda estava em produção.
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O ministério da Saúde divulgou o número total de casos de influenza em 2016. O H1N1 matou 1.982 pessoas e foram feitas 10.625 notificações. O conjunto dos vírus influenza vitimou 2.220 pacientes. O balanço quase alcançou os números de 2009, quando o H1N1 se tornou uma pandemia* e matou 2.060 brasileiros. Naquele ano, a vacina ainda estava em desenvolvimento.
Os dados foram contabilizados da semana epidemiológica 01 até a 52 - de 3 de janeiro até 31 de dezembro. Ao todo, foram 54.224 notificações da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma complicação da gripe. Tais números são um registro dos diferentes tipos de influenza (12.174 casos) - incluindo H1N1 - e de outros vírus respiratórios (4.871 casos).
Além das mais de 10 mil notificações do vírus H1N1, 858 registros eram influenza A não subtipado, 642 eram influenza B e 49 eram influenza A. Os casos de SRAG atingiram, em média, brasileiros de 39 anos. A região sudeste foi a mais afetada, com 56,5% dos casos. O estado com mais mortes por influenza foi São Paulo, com 38,3% dos registros.
Doença chegou mais cedo
Em junho deste ano, quando a doença somava 886 mortes, a vacinação já havia atingido 95,5% do público alvo. O vírus H1N1 chegou mais cedo, no entanto, de acordo com os especialistas, e a campanha de imunização só pode ser feita em abril.
Celso Granato,
infectologista do Fleury Medicina e Saúde, explica que alguns casos estão
ocorrendo já em outubro e novembro no país. Segundo ele, o vírus pode circular
em viajantes brasileiros que vão ao hemisfério norte no final do ano, quando é
inverno. Ainda de acordo com o médico, é difícil começar a campanha de
vacinação antes para evitar tais infecções.
“Não dá tempo. Você
precisa prever qual é o vírus que vai correr no ano seguinte. Isso só se sabe
no inverno anterior do hemisfério norte. A vacina brasileira é feita com base
no vírus que circulou por lá. Esse vírus é distribuído para as fábricas, que
precisam de um tempo para produzir. É humanamente impossível você ter uma
vacina pronta antes de abril. E ela dura mais ou menos 6 meses”, explica.
Em junho, o médico Caio
Rosenthal já havia alertado que o vírus está chegando “antes do previsto”.
“Como a epidemia veio antes do esperado, a população vulnerável, ou seja, sem
vacina, estava desprotegida”, disse.
No boletim divulgado
pelo Ministério da Saúde, os dados mostram que do total de óbitos por influenza
(2.220), 1.549 apresentavam fatores de risco: idosos, pessoas com doença
cardiovascular e peneupatias crônicas, diabetes, obesidade, entre outros.
Óbitos de H1N1 por estado do Brasil em
2016
*pandemia: é quando uma
epidemia de uma determinada doença se espalha pelo mundo.