Publicado em 11/01/2017

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Falta de vacinas penta e hexa acelulares afeta Brasil e outros países

Vacinas acelulares estão em falta nas clínicas privadas do Brasil, mas SUS tem alternativas que conferem a mesma proteção.

Vacinas podem ser encontradas na rede pública


O problema de desabastecimento das vacinas hexavalente e pentavalente acelulares nas clínicas privadas brasileiras já dura mais de um ano. Mas o problema não se limita ao país. Segundo a farmacêutica GSK, que produz as duas vacinas, outros países também passam pela mesma situação.

A boa notícia é que a mesma proteção pode ser garantida por vacinas disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do SUS. As vacinas são indicadas para crianças a partir de 2 meses até 7 anos de idade.

Segundo a GSK, o que explica o desabastecimento é o aumento da demanda global pelas vacinas "em virtude do crescimento populacional, expansão dos calendários de vacinação, eventos imprevisíveis e até mesmo surtos e epidemias de doenças imunopreveníveis". De acordo com a farmacêutica, o fato de que o processo de produção da vacina leva de 6 a 29 meses faz com que a empresa leve mais tempo para adequar a produção à demanda.

Não há uma previsão exata de quando a situação deve se normalizar. "A GSK espera dar início a fase de regularização de ambas vacinas ao longo de 2017", afirmou a empresa, por e-mail.

A Sanofi Pasteur, outra farmacêutica responsável pela venda das vacinas, confirma o número limitado da vacina pentavalente (Pediacel) no mercado brasileiro. Eles dizem que o produto é produzido em uma fábrica no Canadá que, atualmente, está com restrição na capacidade de produção e distribuição.

"A subsidiária brasileira, no entanto, receberá um novo lote de Pediacel ainda no primeiro trimestre de 2017 e o abastecimento deve se normalizar ao longo do ano”, informaram.

Entenda as vacinas

A vacina pentavalente acelular protege contra difteria, tétano, coqueluche, meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b e poliomielite. Já a vacina hexavalente acelular protege contra todas essas doenças e também contra hepatite B.

No SUS, a mesma proteção pode ser obtida pela vacina pentavalente ou quíntupla de célula inteira – que protege contra difteria, tétano, coqueluche, meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B – em associação com a vacina contra poliomielite.

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os pais não devem deixar de vacinar os filhos por causa da falta da vacina acelular nas clínicas particulares, pois o risco de ficar desprotegido é muito maior do que o inconveniente de ter de tomar duas vacinas em vez de uma.

Qual a diferença entre vacina do SUS e vacina privada?

A diferença entre a vacina da clínica particular e a vacina dos postos de vacinação públicos é que a da clínica privada é acelular e a do posto é de células inteiras. Na prática, as duas são muito eficazes, mas a acelular tem a vantagem de provocar menos reações adversas. "Para quem pode se dar ao luxo de pagar a vacina acelular, ela é menos reatogênica”, diz Isabella Ballalai, da SBIm.

“Mas, na falta dela, não só é seguro, como muito importante que as mães não deixem de procurar a rede pública para fazer a vacinação de seus filhos”, completa a médica. Informações sobre as vacinas recomendadas para cada faixa etária podem ser acessadas no site da SBIm.

g1.globo.com