Publicado em 03/02/2017

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Mulher é vítima de sequestro ao chamar Uber na Vila Olímpia

Ela foi obrigada a sacar dinheiro e comprar tênis para criminosos; Polícia Civil vai investigar se motorista está envolvido


O Uber disse que suspendeu o condutor e colabora com investigações

SÃO PAULO - A Polícia Civil de São Paulo investiga o sequestro relâmpago de uma mulher de 31 anos feito com um carro de luxo do aplicativo Uber. O caso ocorreu na Vila Olímpia, zona sul da capital, por volta das 17h30 de quarta-feira, 1º. Em pouco mais de três horas de sequestro, a vítima foi agredida e ameaçada de morte por três homens armados com pistolas. De R$ 3,4 mil que ela teve roubados, após passar por agências bancárias e shoppings, R$ 2,6 mil foram gastos para comprar dois tênis de marca a pedido dos ladrões. 

“Sofri durante quatro horas por confiar em uma plataforma da qual sou consumidora há dois anos. Eu me mantive calma o tempo todo no carro, mas, quando acabou, desabei, chorei muito. Estou traumatizada. Tenho medo de que venham atrás de mim”, disse ao Estado a mulher, que pede anonimato.

A jovem solicitou uma viagem na categoria Uber X - não compartilhada - na Vila Olímpia para fugir da chuva. O veículo, diz ela, era um Hyundai Elantra na cor chumbo. O motorista se identificava no aplicativo como Gabriel. Em seguida, um homem armado, antes agachado no banco do passageiro, se levantou. Outro, também com uma pistola, saiu do porta-malas, após reclinar o banco.

À polícia, a mulher disse não saber se o motorista está envolvido no sequestro. Segundo ela, ele “tremia muito”. Poucas ruas depois, o veículo parou e pegou um terceiro homem, que sentou no banco traseiro. A vítima ficou com um criminoso de cada lado e outro, que parecia ser adolescente, no banco do passageiro. Ela afirma ter levado tapas e empurrões no rosto.

O grupo roubou um celular e R$ 120 que estavam na carteira da vítima. Os criminosos ainda a fizeram descer de mãos dadas com um deles e, em um shopping, sacaram R$ 700, o limite da conta. 

Seguiram para outro shopping. “O menino chegou falando: ‘Quero três tênis, cada um de R$ 1 mil. Fiz de tudo para que a loja notasse que havia algo errado, mas ninguém fez nada para ajudar.” 

Polícia. A mulher conta que aproveitou um momento de distração dos homens e entrou no banheiro. No local, teve ajuda, acionou a segurança do shopping e a polícia. Os três homens fugiram e o motorista foi embora. 

Segundo os policiais, o carro não era dele, mas alugado. Questionada, a Secretaria da Segurança Pública não soube dizer se o motorista foi conduzido à delegacia.

O caso foi registrado no 78.º DP (Jardins) e será investigado pelo 15.º DP (Itaim Bibi). Em nota, o Uber disse que se solidariza com a vítima e suspendeu o condutor. Destacou que colabora com as investigações e tem “camadas de tecnologia” para dar segurança a usuários e motoristas. 

PRESTE ATENÇÃO
1. Quem é. Ao definir o carro, o usuário tem acesso a foto, nome do motorista, modelo e placa do carro. 
2. Espera. Ao chamar um carro por aplicativo, é possível acompanhar o trajeto dele até a chegada ao ponto inicial, permitindo ao usuário aguardar o veículo com segurança. 
3. Compartilhamento. No trajeto, é possível compartilhar a localização, o percurso e o tempo de chegada a qualquer momento com quem o usuário desejar por rede social ou mensagem. 
4. De olho. Se o usuário tem um perfil familiar no Uber, cada vez que uma pessoa cadastrada no perfil inicia uma viagem é possível acompanhar o percurso pelo celular automaticamente.

estadao.com.br

Juliana Diógenes