Publicado em 15/02/2017
Três pessoas sofrem um AVC por hora no Brasil; pressão alta é um dos principais fatores de risco
A doença pode ser silenciosa por vários anos e o primeiro sintoma pode ser justamente um AVC grave, com grande comprometimento, que traz sequelas ou até a morte.
A cada hora, três brasileiros sofrem um AVC. Em 2015, mais de
180 mil brasileiros passaram por isso e um dos principais fatores de risco é a
pressão alta. Outro alerta é o anticoncepcional, alguns tipos aumentam o risco.
No Bem Estar desta terça-feira (14), o consultor e
cardiologista Dr. Roberto Kalil explica quais são os sinais de alerta e o
neurologista Dr. Ayrton Massaro diz se existe relação entre enxaqueca e AVC e
como se dá a recuperação. Muitas vezes é difícil, com um passo de cada vez.
Saiba mais
Acidente vascular cerebral é a interrupção do fluxo
sanguíneo nos vasos e artérias do cérebro por causa de coágulos sanguíneos e
placas de gordura calcificada ou rompimento de vaso. A doença pode ser
silenciosa por vários anos e o primeiro sintoma pode ser justamente um AVC
grave, com grande comprometimento, que traz sequelas ou até a morte.
O acidente é chamado de isquêmico quando há obstrução do fluxo de sangue causado por trombo ou placas calcificadas de gordura e é denominado hemorrágico quando há rompimento do vaso ou artéria, após uma mal-formação chamada de aneurisma.
É importante ter o diagnóstico correto o mais depressa
possível, pois as obstruções causadas por coágulos sanguíneos podem ser
tratadas com medicamentos que afinam o sangue e dissolvem o coágulo, melhorando
ou reestabelecendo a circulação. Contudo, se esse medicamento é usado no
acidente hemorrágico pode piorar o quadro do paciente. Além dos medicamentos
antitrombóticos (que dissolvem o coágulo) o tratamento pode ser feito por
cateterismo com stent, que desobstrui o vaso e mantém a artéria aberta.
As sequelas de um AVC dependem da área atingida, da sua
extensão e do tempo de espera no atendimento. Não é todo acidente que deixa
sequelas e algumas podem ser revertidas depois de algum tempo. O tempo é vital
no atendimento. A demora em diagnosticar e começar a tratar aumenta a chance de
sequelas irreversíveis.
É importante lembrar que hipertensão, obesidade,
sedentarismo, tabagismo e colesterol alto são fatores de risco para o
desenvolvimento de AVCs. As pílulas com estrogênio podem aumentar a chance da
desenvolvimento de trombos, principalmente nos membros inferiores. Essas
pílulas devem ser evitadas por quem tem histórico familiar ou já teve trombose.
Isso acontece pois o anticoncepcional com a associação de estrogênio e
progesterona administrado por via oral passa pelo fígado, aumentando os fatores
de coagulação, e o hormônio aumenta a contração dos vasos. Tudo isso favorece o
aparecimento de coágulos. Para pessoas que já tiveram trombos, a opção é usar
métodos contraceptivos de barreira ou cirúrgicos.