Publicado em 08/03/2017
Mais de 500 mulheres são vítimas de agressão física a cada hora no Brasil
Pesquisa mostra que 9% das brasileiras relatam ter levado chutes, batidas ou empurrões no ano passado; índice sobe para 29% se forem contabilizadas as que sofreram agressões verbais. No entanto, 52% delas afirmam não ter feito nada após os atos.
Pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública e divulgada nesta quarta (8), Dia Internacional da Mulher,
mostra que, no ano passado, 503 mulheres foram vítimas de agressão física a
cada hora no país. Isso representa 4,4 milhões de brasileiras (9% do total das
maiores de 16 anos). Se forem contabilizadas as agressões verbais, o índice de
mulheres que se dizem vítimas de algum tipo de agressão em 2016 sobe para 29%.
A pesquisa mostra que 9% das entrevistadas relatam ter
levado chutes, empurrões ou batidas; 10% dizem ter sofrido ameaças de apanhar. Além disso, 22% afirmam ter recebido insultos e xingamentos
ou terem sido alvo de humilhações (12 milhões) e 10% (5 milhões) ter sofrido
ameaça de violência física. Há ainda casos relatados mais graves, como ameaças
com facas ou armas de fogo (4%), lesão por algum objetivo atirado (4%) e
espancamento ou tentativa de estrangulamento (3%).
Em novembro de 2016, uma dona de casa de 53 anos morreu na
Santa Casa de Araçatuba, interior de São Paulo, após ter sido espancada pelo
marido, segundo a polícia.
Roseli Lopes vivia havia quatro anos com o suspeito e,
segundo informações de familiares à polícia, ela sempre apanhava dele. Segundo
os familiares, Roseli tinha medo de denunciar e, por isso, inventava desculpas
toda vez que era agredida. O cunhado da vítima, Antônio Aparecido dos Santos,
diz que ele sempre foi agressivo. "Eles sempre brigavam, várias vezes ela
aparecia riscada de faca, apanhava de facão, porque ela contava para a
gente."
Para a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, Samira Bueno, a violência é um "mecanismo de resolução de
conflitos" no país.