Publicado em 10/03/2017
Número de doadores efetivos de órgãos bate recorde e chega a quase 3 mil em 2016
Ministério da Saúde também destacou alta de 13% nos transplantes de coração, com 357 procedimentos.
O número de doadores efetivos de órgãos no
Brasil subiu para 2.983 em 2016, alta de 5% em relação ao ano anterior e maior
número já registrado na história, de acordo com levantamento divulgado nesta
quinta-feira (9) pelo Ministério da Saúde. O índice é de 14,6 pmp (taxa por
milhão da população).
Em 2015, o registro do ministério apontava
2.836 doadores efetivos - esses números começaram a ser contabilizados em 2001.
Outro recorde ocorreu em relação aos transplantes de coração em 2016: foram 357
procedimentos, crescimento 13% em relação ao ano anterior. Também houve um
aumento nos transplantes de rim (18%), fígado (34%), medula óssea (39%) e
pulmão (53%).
O governo federal atribui a alta de
procedimentos de coração a um decreto assinado em junho de 2016, que
possibilitou o transporte de órgãos pelos aviões da Força Aérea Brasileira
(FAB).
"Nós estamos investindo recursos
nesta área, o que vai nos permitir avanços. Temos também que aumentar os
doadores, já que quase 40% das famílias ainda se recusam a fazer a doação dos
órgãos dos seus parentes falecidos, mas estamos sempre comemorando os dados
positivos na estatística em um país em que 95% dos transplantes são pagos pelo
governo federal", disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Aceitação
A taxa de aceitação familiar em relação
aos transplantes no Brasil foi de 57% no ano passado, uma alta de 1% em relação
a 2015. Em 2014, o número total foi de 58% e, em 2013, 56%.
Segundo o presidente do Conselho da
Associação Brasileira de Transplantes, José Medina Pestana, nas regiões Sul e
Sudeste o número de negativas das famílias é de 30% a 40%. No Norte e no
Nordeste, ainda de acordo com ele, o número é maior.
Pestana diz que espera que a disseminação
do programa de transplantes aumente os atendimentos. "Não é uma coisa que
é feita por decreto, depende da evolução natural da sociedade. Hoje já não
temos fila para transplantes de córnea".
Em dezembro do ano passado, 41.042 pessoas
aguardavam por um transplante - 24.914, a maior parte, esperavam por um rim.
A divulgação do novo levantamento ocorreu no Rio de Janeiro, com a presença de Barros na Academia Nacional de Medicina.