Publicado em 23/06/2017
Chanceler norueguesa diz que Lava Jato preocupa e pede 'limpeza'
Temer e primeira-ministra da Noruega se encontraram nesta sexta em Oslo; grupo fez uma manifestação na frente ao prédio onde presidente e Erna se reuniram.
O presidente Michel Temer se encontrou com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, em Oslo.
A crise política acompanha o presidente Michel Temer na
viagem à Noruega. Na manhã desta sexta-feira (23), a primeira-ministra da
Noruega, Erna Solberg, afirmou que a Lava Jato preocupa e que é preciso achar
uma solução para a corrupção.
Ao lado de Temer, em Oslo, a chanceler norueguesa disse:
"Estamos muito preocupados com a Lava Jato. É importante fazer uma
limpeza".
Durante o encontro, Temer e a primeira-ministra da Noruega
conversaram sobre comércio e meio ambiente.
No discurso na conferência de imprensa após encontro com a
primeira-ministra da Noruega, o presidente disse que o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário funcionam com uma "liberdade extraordinária".
“A
democracia no Brasil é algo plantado formalmente pela Constituição de 1988, mas
praticada na realidade, ou seja, há uma coincidência absoluta entre a
Constituição formal, ou seja, aquilo que está escrito e a Constituição real, ou
seja, aquilo que se passa no país”, afirmou.
Durante o discurso, o presidente cometeu uma gafe. Disse que
iria se reunir com o "rei da Suécia" e não da Noruega. A falha foi
corrigida na versão oficial do discurso enviada pelo Palácio do Planalto à
imprensa.
Um grupo fez uma manifestação em Oslo, na frente ao prédio onde Temer e Erna se reuniram, exibindo cartazes pedindo respeito à democracia, aos direitos humanos e aos direitos indígenas.
Um grupo fez uma manifestação em Oslo, na frente do prédio onde Temer e Erna, exibindo cartazes sobre democracia, direitos humanos e indígenas.
Corte para a Amazônia
O governo da Noruega anunciou na quinta-feira (22) que deve
cortar pela metade o repasse ao Fundo Amazônia previsto para o ano que vem, de
acordo com informações do Jornal Nacional. Serão R$ 200 milhões a menos para a
proteção da floresta brasileira.
O país nórdico já investiu quase R$ 3 bilhões em projetos de
preservação e proteção de povos indígenas e da Amazônia -- o Brasil recebia o
equivalente a R$ 400 milhões por ano. Mas, há cerca de três anos, os índices de
desmatamento passaram a aumentar e os noruegueses começaram a questionar as
políticas de conservação.
No discurso, Temer falou sobre a importância das
contribuições da Noruega para o Fundo da Amazônia.
“Ela [contribuição] é que
tem permitido um policiamento, digamos assim, mais efetivo, policiamento
administrativo, no sentido de evitar o desmatamento no nosso país, já que, sem
dúvida alguma, o Brasil é uma das grandes, senão a maior reserva ambiental do
mundo”, disse.
'Quase semiparlamentarista'
Temer falou ainda sobre o apoio do Congresso Nacional às
reformas, pois, segundo ele, o diálogo tem sido um dos suportes do governo, que
é “quase semiparlamentarista”. “Não é sem razão que, ao levarmos adiante as
chamadas reformas que estamos fazendo no país, nós temos muito apoio do
Congresso Nacional. Eu devo dizer que, embora se trate de um presidencialismo,
o nosso governo faz um governo, vamos dizer assim, quase semiparlamentarista.
Porque tem uma parceria muito grande com o Congresso Nacional”, disse.