Publicado em 19/08/2016
Dilma pretende constranger seus ex-ministros contra impeachment
Presidente afastada fará ato finald e autodefesa no Senado e terá preparo de sua base
Ao fazer sua defesa pessoalmente no processo de
impeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff citará ex-ministros que hoje
são seus julgadores para mostrar que todos eles acompanharam sua gestão no
governo. A ideia é constranger ao menos seis senadores que integravam o
primeiro escalão e, na madrugada do dia 10, viraram seus algozes.
A lista dos que foram ministros de Dilma e
votaram para transformá-la em ré no processo é composta por Eduardo Braga
(PMDB-AM) – que também ocupou o cargo de líder do governo no Senado –, Edison
Lobão (PMDB-MA), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Garibaldi Alves Filho
(PMDB-RN), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).
Dilma irá ao plenário do Senado no próximo dia
29 e já começou a se preparar para a sabatina. No Palácio da Alvorada, ela
participará de um treinamento político para que seja capaz de rebater
questionamentos duros, sem sair da linha. A "aula" jurídica será
dada por José Eduardo Cardozo, o advogado responsável por sua defesa.
Em reunião no Alvorada na última quinta-feira,
18, os senadores Humberto Costa (PE), Paulo Rocha (PA) e José Pimentel (CE),
todos do PT, explicaram à Dilma o formato da sessão de impeachment, a ser
comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
O presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), adiou para a manhã desta sexta-feira, 19, um encontro com a
presidente afastada para discutir os detalhes da participação dela no
julgamento. Renan embarcou na quinta para o Rio com o presidente em exercício
Michel Temer. Foi a primeira vez que os dois viajaram juntos desde 12 maio,
quando Dilma foi afastada do cargo.