"Neste 29 de agosto começa uma nova história para a Colômbia. Silenciamos os fuzis. Acabou a guerra com as Farc!", escreveu à meia-noite o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em sua conta no Twitter.
O fim das hostilidades é um marco na história da Colômbia que durante 52 anos viveu o conflito armado com esse grupo guerrilheiro, o maior do país, uma disputa que se calcula deixou 7 milhões de vítimas e cerca de 260 mil mortos.
Fruto do acordo de paz assinado em Havana na quarta-feira (24), Santos anunciou no dia seguinte que tinha ordenado iniciar o cessar-fogo a zero hora de hoje. "Quero informar aos colombianos que como chefe de Estado e como comandante-em-chefe de nossas Forças Armadas, ordenei a cessação de fogo definitivo com as Farc a partir de zero hora da próxima segunda-feira, dia 29 de agosto", disse na ocasião o presidente.
O comandante das Farc Iván Marquéz (esquerda) e o chefe da delegação de paz colombiana Humberto de la Calle (direita) apertam as mãos em Havana, Cuba, após assinarem o acordo definitivo de paz na Colômbia
Neste domingo (28), o chefe das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como "Timochenko", confirmou o início do cessar-fogo em declaração feita na capital cubana.
"Em minha condição de comandante do Estado-Maior Central das Farc-EP ordeno a todos nossos comandantes, a todas nossas unidades, a todos e cada um de nossos e nossas combatentes a cessar o fogo e as hostilidades de maneira definitiva contra o Estado colombiano a partir das 24h da noite de hoje", leu o máximo chefe da guerrilha.
No primeiro minuto de hoje, as mensagens relativas ao início do cessar-fogo inundaram as redes sociais para anunciar o que se denominou popularmente de um "novo amanhecer" para o país.
"A partir desta hora os colombianos começam a viver um momento histórico e desejado por anos #AdiosALaGuerra", publicou a Chancelaria na rede social.
Desde o dia 20 de julho do ano passado regia no país o último cessar-fogo unilateral das Farc como medida para gerar confiança no processo de paz, que foi respondido pelo governo com a suspensão de bombardeios a acampamentos dessa guerrilha, o que reduziu de maneira considerável a intensidade do conflito.