Publicado em 18/01/2018

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Forças de segurança realizam operação em comunidades da Zona Norte do Rio

Três mil homens do Exército e 400 da Polícia Civil participam da operação. Ainda não se sabe o número de policiais militares envolvidos.


Desde o fim da madrugada, militares podiam ser vistos nas principais vias do Rio (Foto: Reprodução/ TV Globo)


Homens das polícias Civil, Militar, Federal e das Forças Armadas realizam uma operação em pelo menos quatro comunidades da cidade do Rio na manhã desta quinta-feira (18). Os agentes estão nas comunidades do Jacarezinho, Manguinhos, Mandela e Arará, todas na Zona Norte do Rio.


Até 8h48, oito pessoas foram presas. Contra um dos detidos existiam dois mandados de prisão. Ele foi preso na comunidade do Jacarezinho. Os agentes também apreenderam drogas que foram levadas para a Cidade da Polícia.


No Jacarezinho, os policiais encontraram barricadas feitas com trilhos de trem cravadas no chão para impedir o avanço dos policiais.



Criminosos fizeram barreiras com trilhos de trem para impedir o avanço dos policiais no Jacarezinho (Foto: Leslie Leitão/ TV Globo)



Três mil homens do Exército e 400 da Polícia Civil participam da operação. Ainda não se sabe o número de policiais militares e federais envolvidos.


Fontes das forças de segurança afirmam que a operação teria vazado.


Desde o fim da madrugada desta quinta era possível observar a circulação de diversos comboios das Forças Armadas pelas principais vias expressas do Rio, como as linhas Amarela e Vermelha. Um enorme contingente de policiais e de militares também se reuniu na Cidade da Polícia, também na Zona Norte, que fica próxima a algumas das comunidades.


As Forças Armadas são responsáveis pelo cerco às comunidades e estão baseadas em pontos estratégicos. O espaço aéreo está sendo controlado, com o controle da circulação de aeronaves civis nas áreas de atuação dos militares. Não há interferência no trabalho dos aeroportos.


No começo da manhã, quando o Exército passou pelo local onde o delegado Fábio Monteiro foi abordado na favela do Jacarezinho e tiros chegaram a ser disparados. Ele foi morto por criminosos na região há uma semana.


Os agentes procuram os assassinos do delegado, tentam prender traficantes e fazem um mapeamento da comunidade do Jacarezinho.


O Disque Denúncia divulgou um cartaz com os rostos de alguns dos procurados pelos policiais nas comunidades. Eles pedem que a população ajude as forças de segurança com informações sobre eles por meio do Whatsapp, pelo número (21) 98849-6099, pelo telefone (21) 2253-1177, pelo aplicativo do Disque Denúncia do RJ ou por mensagem privada na página no Facebook.



Cartaz com alguns dos procurados em operação nas comunidades da Zona Norte do Rio (Foto: Reprodução/ TV Globo)


Morte de delegado

A operação acontece após o assassinato do delegado da Polícia Civil e ex-agente da Polícia Federal Fábio Monteiro, que foi encontrado morto em um carro próximo às favelas do Arará e Jacarezinho na última sexta-feira (12).


Lotado na Central de Garantias Norte, ele era casado e tinha dois filhos. Ele era professor de Direito Penal e Processo Penal.


No mesmo dia em que o delegado foi morto, a Polícia Civil deu início a uma operação na região em busca de suspeitos de matar Fábio Monteiro. Ao menos uma pessoa foi baleada. Participaram do cerco equipes de 31 delegacias. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas chegou a ser conduzido à Cidade da Polícia.


Suspeito da morte

Apontado como um dos suspeitos pela morte de Fábio Monteiro, Wendel Luís Silvestre está foragido. Como mostrou reportagem do G1, ele chegou a ser preso mas, 40 dias depois, foi libertado pela Justiça. Por um ano e dois meses, ignorou convocações do Judiciário para comparecer a audiências e, mesmo assim, foi absolvido.


Em julho de 2017, a desembargadora Gizelda Leitão Teixeira decidiu reformar a decisão do juiz Marcos Peixoto que o absolvera, e condenou Wendel por tráfico de drogas. No despacho, definiu a decisão anterior do magistrado como "benevolente".

g1.globo.com