Publicado em 20/03/2018

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Escassez de medicamentos nos hospitais venezuelanos é de 88%, diz pesquisa

Levantamento foi feito pelo parlamento opositor e pela ONG Médicos pela Saúde.


Enfermeiro usa luz de telefone celular ao manusear material em hospital em Rubio, na Venezuela (Foto: Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)


Os hospitais venezuelanos registram uma escassez de medicamentos da ordem de 88% e uma falta de material médico cirúrgico de 79%, segundo uma pesquisa do parlamento de maioria opositora e uma ONG divulgada nesta segunda-feira (19).


"Os venezuelanos vão a um hospital e têm de comprar tudo. Há 84% de escassez de cateteres e sondas, que são coisas básicas em qualquer hospital", denunciou o médico e deputado José Olivares em coletiva de imprensa em que apresentou os resultados da Pesquisa Nacional de Hospitais.


O relatório, realizado durante os dez primeiros dias de março pela Assembleia Nacional e pela ONG Médicos pela Saúde também determinou que 94% dos serviços de raio-x não funcionam, assim como 97% dos de tomografia.


"Cem por cento dos laboratórios do país não funcionam de maneira correta por falta de reativos, 79% dos hospitais têm problemas de fornecimento de água e 53% das salas de cirurgião não funcionam", detalhou Olivares.


Segundo a investigação, 21,9% das salas de emergência estão fora de operação, enquanto que 70,7% têm falhas e funcionam de maneira intermitente. Além disso, 96% das cozinhas hospitalares não têm o que servir aos pacientes.


A pesquisa foi feita em hospitais públicos e 33 privados de 21 estados do país (de um total de 23) e na capital, afirmou o dr. Julio Campos, membro de Médicos pela Saúde.


Olivares pediu que os oficiais da Força Armada "veja a realidade dos hospitais e tenham um sentimento de dever ante a crise".


Na Venezuela, mergulhada em uma aguda crise econômica, a escassez de medicamentos para doenças de alto custo chega a 95%, enquanto que as básicas, como hipertensão, é de 85%, segundo a Federação Farmacêutica.

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