Publicado em 26/04/2018

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cientistas suíços criam “tatuagem biomédica” para deteção precoce do câncer

O sensor, que muda de cor, dá o alerta quando encontra indícios de câncer de próstata, de pulmão, de cólon e de mama, os mais comuns.


Cientistas criam “tatuagem biomédica” para deteção precoce do câncer.

Cientistas da Escola Politécnica Federal de Zurique (EPFZ) desenvolveram uma “tatuagem biomédica” que, colocada debaixo da pele, permite detetar quatro tipos de câncer na sua etapa precoce, antes que o teste convencional permita descobrir a doença.

Uma equipe liderada pelo médico Martin Fussenegger, do Departamento de Biosistemas da EPFZ, desenvolveu esse sensor, que muda de cor -daí a sua denominação de “tatuagem”- e dá o alerta quando encontra indícios de câncer de próstata, de pulmão, de cólon e de mama, os mais comuns.

A investigação foi feita por enquanto com ratos e na pele de porco, e os especialistas reconhecem que deverá passar um tempo considerável –pelo menos dez anos– antes que o produto fique pronto entrar no mercado.

O EPFZ indicou que para avançar nessa direção é preciso continuar com provas clínicas e de desenvolvimento que são particularmente laboriosas e caras, algo que o grupo de investigação não consegue financiar.

Citado no comunicado do EPFZ, Fussenegger considerou que o conceito de “tatuagem biomédica” também seria aplicável a outras doenças de evolução gradual, como patologias degenerativas e desordens hormonais.

Sobre a maneira em que o método funciona, explicou que o sensor é composto por uma rede genética que se coloca nas células humanas e que fica num implante, que consegue medir a taxa de cálcio no sangue.

Quando essa taxa supera um limite estabelecido durante um período prolongado, ativam-se uma série de sinais gerados pela produção de pigmento endógeno nas células geneticamente modificadas, o que por sua vez provoca que a mancha originada pela sonda escureça, dando assim o alerta ao portador.

Fussenegger disse que a mancha “não significa que a pessoa vai morrer em breve”, pelo contrário, já que uma deteção precoce da doença aumenta a possibilidade de sobrevivência.

No caso do câncer de mama, só uma em quatro mulheres afetadas tem possibilidade de cura se o mal for detetado tardiamente, frente aos 98% no caso que se detete rapidamente.

No caso de câncer de próstata, a taxa de cura é atualmente de 32% e o de cólon é de 11%.

www.EFE.com