Publicado em 12/09/2016

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Atleta paralímpica com grave doença degenerativa planeja eutanásia

A belga Marieke Vervoort se programou para morrer. Após a Paralimpíada, a atleta quer curtir cada dia como se fosse o último.



"Estou cruzando os dedos para vir um ouro agora". Essa é uma das expressões que o americano vice-campeão paralímpico Matt Stutzman usa com todo bom humor. O arqueiro sem braços é um desses fenômenos que a Paralimpíada apresenta ao mundo. Matt aprendeu a dirigir, criou maneiras próprias de se alimentar e desenvolveu as técnicas para atirar as flechas. Se casou, teve três filhos e fez do esporte mais um motivo para ser feliz.

Felicidade e morte não costumam caminhar juntas. Mas no caso de Marieke Vervoort correm lado a lado na mesma raia. "Quero ser lembrada como a moça que sempre sorria, que mesmo sofrendo tentou ver o que há de melhor". Parece despedida. E é. do esporte, com certeza. Os Jogos do Rio são os últimos da belga de 37 anos que sofre de uma grave doença degenerativa.

Mas o que chamou a atenção de toda a imprensa mundial esta semana foi saber que a atleta se programou para morrer. A lei da Bélgica autoriza a eutanásia, a morte assistida por médicos. Marieke já conseguiu documentos que permitem que ela decida quando vai realizar o procedimento. Hoje, ela negou que vá fazer isso assim que a Paralimpíada terminar, como afirmou um jornal francês.

Medalhista de prata nos 400 metros, Marieke disputa os cem metros no sábado (17). É a única data marcada na agenda. A partir daí quer curtir cada dia como se fosse o último, sem se preocupar quando, de fato, esse último momento vai chegar. No fim das contas, atletas como Marieke e Matt sabem que são os momentos de alegria e emoção que ficam eternizados na vida de qualquer um.

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