Publicado em 11/07/2018

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Crianças menores de 5 anos que tiveram pais deportados continuam em abrigos nos EUA

Termina nesta terça prazo para que 102 crianças dessa idade sejam entregues às famílias, mas 12 tiveram pais expulsos do país e outras 27 também não poderão ser reunidas por motivos diversos, segundo governo.


O hondurenho José Jr, de 3 anos, é levado até seu pai, a quem foi entregue na terça-feira (10), em Phoenix (Foto: AP Photo/Ross D. Franklin)


Terminou na noite desta terça-feira (10) o prazo dado pelo juiz Dana Sabraw, de San Diego, para que o governo dos Estados Unidos reúna todas as crianças de até cinco anos separadas de seus pais ao tentarem entrar ilegalmente no país, mas nem todas irão reencontrar suas famílias.


Doze delas estão sozinhas no país, em abrigos, e já tiveram seus pais deportados para seus países de origem, segundo um relatório divulgado pelo Departamento de Justiça e a União Americana das Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês).


No total, 102 crianças de até 5 anos deveriam ser reunidas nesta terça, mas 27 não foram entregues porque seus casos não cumprem todos os requisitos exigidos, além dessas 12 cujos pais foram deportados, segundo o governo.


Entre os outros motivos para que crianças não sejam reunidas aos pais, estão 10 filhos de pessoas presas depois de cruzar a fronteira sem documentos que ainda não tiveram seus casos totalmente processados e 8 cujos pais têm um “histórico criminal sério”, como tráfico de drogas ou humano, homicídios e roubo.


Existem ainda 2 crianças que não serão entregues porque correm risco de abusos cometidos pelos pais e 5 que foram separadas de adultos que não seus pais. Uma criança é filha de uma pessoa que está em tratamento por doença contagiosa e outra tem um pai ou mãe cuja localização é desconhecida há mais de um ano.


Prazo

O governo havia pedido para Sabraw estender os prazos porque precisa de mais tempo para realizar testes de DNA para confirmar relacionamentos familiares, realizar verificações de antecedentes, localizar pais que foram libertados de custódia e revisar aptidões dos pais.


Segundo a agência Reuters, em documentos judiciais, a ACLU também informou que o governo está pedindo ações desnecessárias para reunir famílias, que não iriam acontecer se as famílias não tivessem sido separadas em primeiro lugar.


O juiz norte-americano Dana Sabraw, de San Diego, disse a procuradores do governo que está mantendo prazos que estabeleceu no mês passado, quando ordenou que crianças com menos de cinco anos fossem reunidas até esta terça-feira e outras 2 mil fossem levadas de volta para seus pais até 26 de julho.


“Estes são prazos firmes. Não são metas aspiracionais”, disse o juiz.

G1.globo.com