Publicado em 14/01/2019
Gestão ambiental: setor de energia renovável gera mais de 10 milhões de empregos no mundo, diz estudo
Brasil está entre os maiores empregadores da área. Políticas públicas podem estimular crescimento ainda maior do mercado.
A energia
renovável, gerada a partir de recursos naturais, empregou 10,3 milhões de
pessoas no mundo em 2017, direta ou indiretamente – um aumento de
5,3% em relação ao ano anterior. Entram na conta fontes como hidroelétrica,
energia solar fotovoltaica, energia solar por aquecimento, bioenergia e energia
eólica. O levantamento foi elaborado pela Agência Internacional de Energia
Renovável (Irena, na sigla em inglês).
Os empregos são nos setores de planejamento, de produção e de instalação dos equipamentos – e podem ser ocupados por profissionais formados, entre outros cursos, em gestão ambiental. É possível também atuar na parte de controle de eficiência das novas fontes energéticas, como em uma rede hoteleira ou em um condomínio, por exemplo.
O Brasil
está entre os maiores empregadores do setor de energia renovável, junto com
Estados Unidos, Índia, Alemanha e Japão - a China, sozinha, concentra 43% das
oportunidades de trabalho. Analisando a distribuição de vagas em 2017, a maior
parte está focada na energia solar fotovoltaica, com 3,37 milhões de
oportunidades de emprego no mundo.
“A produção de energia renovável adquiriu mais importância conforme as tecnologias foram sendo desenvolvidas”, afirma o relatório da Irena.
No Brasil
Diversos
fatores influenciam no crescimento da geração de energia renovável. Políticas
governamentais, questões geográficas (como a incidência solar, o relevo e a
hidrografia) e estratégias de grandes empresas determinam como um país lidará
com fontes energéticas alternativas.
No Brasil,
em 2017, havia 893 mil vagas para profissionais envolvidos com produção,
geração e distribuição de energia renovável - excluindo as grandes
hidroelétricas. Segundo o relatório da Irena, foram 795 mil oportunidades nos
biocombustíveis líquidos, 42 mil em aquecimento solar, 34 mil em energia
eólica, 12 mil em pequenas hidroelétricas e 10 mil em energia solar
fotovoltaica.
Rodrigo
Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (Absolar), reforça que a energia solar começou a crescer no Brasil
em 2012, mas ainda pode ser mais explorada. “Antes, ela era
usada em comunidades remotas, com bateria. Depois, passou a ser conectada à
rede e a ficar muito mais barata e competitiva”, explica. “Dá para ser
gerada a partir da instalação dos painéis solares em telhados, fachadas de
edifícios, cobertura de estacionamentos”, completa.
Sauaia diz
que o Brasil precisa focar em ampliar o uso da energia solar fotovoltaica. “Temos um
potencial gigantesco, mas menos de 1% da nossa matriz elétrica é solar. Estamos
atrasados e precisamos nos recuperar”, diz.