Publicado em 02/04/2019
Moçambique registra mais de mil casos de cólera após passagem de ciclone
Número de infecções deve aumentar, alertou a OMS. Mais de 800 pessoas morreram com a passagem do ciclone em 3 países da África.
Criança recebe tratamento para cólera em centro da OMS, na cidade de Beira, em Moçambique .
O número de
pessoas diagnosticadas com cólera após a passagem do ciclone Idai em Moçambique
chegou a 1.057 nesta segunda-feira (1°), de acordo com Ministério de Saúde do
país. Uma pessoa morreu. A quantidade de casos registrados aumentou
significativamente desde sábado, quando o balanço divulgado indicava 271
infecções.
A cidade da
Beira, mais afetada pelo ciclone, concentra 959 dos casos. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) alertou que os números devem aumentar, por causa da
destruição das fontes de água potável e falta de saneamento básico em abrigos
superlotados.
O cólera se
espalha pela água ou comida contaminada por fezes que contenham a bactéria
causadora da doença. Pacientes diagnosticados apresentam diarreias fortes e
taquicardia, e podem morrer em poucas horas caso não haja tratamento.
A OMS
montou no país nove centros de tratamento com capacidade total de 500 pessoas.
Na sexta-feira 9 mil doses da vacina anti-cólera foram enviadas para
Moçambique. As aplicações devem começar nessa semana.
Balanço dos
estragos
O Instituto
Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique comunicou nesta
terça-feira (2) que o número de mortos em razão da tempestade tropical aumentou
para 598, são 80 a mais do que havia sido registrado na segunda. O total de feridos
é de 1.641.
A quantidade de pessoas afetadas aumentou de 843.723 para 967.014, o que corresponde a 195.287 famílias. As pessoas nessas condições são as que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência. O número de famílias que recebe ajuda humanitária subiu de 29 mil para 32 mil.
Água começa a retroceder após inundações causadas pelo ciclone Idai em Moçambique.
Segundo o INGC, mais de 131 mil pessoas estão acomodadas em 136 centros de abrigo, e o total de indivíduos em situação vulnerável é de ultrapassa 7 mil. O número de casas totalmente destruídas é de 62.153, enquanto 34.139 foram parcialmente destruídas e 15.784 inundadas.
Crianças brincam em frente a uma casa destruída pelo ciclone Idai em Beira, Moçambique.
Trabalham
nas operações de assistência e salvamento 945 especialistas humanitários que
contam com a ajuda de 22 helicópteros, 42 barcos, 25 aviões, três fragatas, 15
caminhões, 30 telefones satélites e 17 drones.
Com o desastre humanitário, governos e fundações de diversos países anunciaram esforços para oferecer ajuda às populações afetadas.