Publicado em 17/06/2019

Cidade dos EUA proíbe venda de cigarros

Beverly Hills não quer mais ter os prejuízos causados pelo vício

A cidade de Beverly Hills (Los Angeles) é a primeira dos Estados Unidos a proibir a venda de cigarros. De acordo com os políticos locais, os prejuízos causados à sociedade e à cidade são grandes demais para que a venda dessa droga seja permitida.

A decisão ocorreu no último dia 4 de junho e os estabelecimentos têm até 2021 para se adaptarem. A partir de então serão proibidas as vendas de cigarros, charutos, cigarros eletrônicos e quaisquer outros produtos produzidos à base de tabaco.

As únicas exceções serão hotéis – pois abrigam turistas fumantes por curtos períodos – e três bares situados longe do centro da cidade – que atuam exclusivamente com o comércio de cigarros.

Dessa maneira, a cidade busca melhorar sua qualidade de vida e economizar bilhões de dólares por ano.

Prejuízo inestimável

Os prejuízos à saúde individual do fumante são famosos: cânceres, problemas cardiovasculares e pulmonares etc. Também são conhecidos os prejuízos causados aos fumantes passivos.

O que poucos percebem é o prejuízo causado à economia da região e, consequentemente, à sociedade como um todo. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS), somente o Brasil perde R$ 56,9 bilhões a cada ano por culpa do cigarro.

Desse total, R$ 39,4 bilhões são custos com despesas médicas. Outros R$ 17,5 bilhões são custos indiretos, como perda de produtividade econômica do cidadão, incapacidade de trabalhar ou morte prematura.

Fora o impacto ambiental que essa produção causa. A indústria do tabaco está entre as que mais desmata, polui água e usa agrotóxico.

A saúde dos trabalhadores desse processo também não entrou nos estudos. Atualmente, cerca de 150 mil famílias trabalham na indústria do tabaco, adoecendo.

O prejuízo às sociedades causados por esse vício é tão grande que, nos Estados Unidos, as indústrias de cigarro são obrigadas a indenizar o estado periodicamente há mais de 20 anos.

O Brasil precisa diminuir o número de viciados

Nas últimas décadas, a população fumante do Brasil diminuiu de 15,7% para 10,2%, o equivalente a cerca de 21 milhões de pessoas. Essa diminuição se deve a algumas leis instituídas ao longo de quase duas décadas, tais como:

– Proibição da propaganda comercial e da glamourização do fumo (2000);

– Proibição de fumar em ambientes fechados (2005);

– Obrigação das imagens de advertência nos maços de cigarros (2008);

– Aumento do imposto sobre cigarro (gradualmente entre 2011 a 2016);

– Proibição de cigarros com sabor (2018).

Mesmo com todas essas decisões, o prejuízo ainda é grande, tanto para o país quanto para o indivíduo. Se você é corresponsável por isso, saiba que é possível se libertar desse mal.